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Para convecê-las de que Lealdade Corrompida é o seu número, deixarei aqui um trecho do primeiro capítulo.
Obs: contém palavras de baixo calão, linguajar vulgar e descrições sexuais.
É a primeira vez em muitas semanas que me excito. A culpa que permanece no fundo da minha mente é traiçoeira, só que hoje ela está adormecida e meu corpo volta à vida. A menina é jovem, mas sei que é maior de idade. Como eu sei? Não faço ideia. Só sei que ela chuta aquele objeto e sinto como se seu pé me acertasse na virilha. Ela parece alheia à festa que acontece a alguns metros de distância e eu estou desconfortável dentro das calças. Nem percebo quando seguro meu pau por cima dos jeans e sinto o latejar do sangue circulando acelerado demais.
Eu poderia aproveitar a onda de adrenalina que ela me causa e me masturbar. Aqui, agora. Ninguém vai ver e será rápido, porque minhas bolas doem pelo celibato involuntário. Só preciso abrir o zíper e…
Ela grita. Seu pé bate de mau jeito no saco de areia, ela escorrega e cai, segurando a perna.
— Caspita! — A menina resmunga, se sentando enquanto desenfaixa o pé machucado. Deixo de lado a ideia ridícula de me masturbar e vou na sua direção. Ela me nota pela primeira vez e me fita com as sobrancelhas unidas no centro da testa.
Pulo para dentro do ringue onde ela está e me ajoelho à sua frente. A garota continua me olhando como se eu tivesse chifres ou fosse verde, mas não grita nem se afasta. Pego seu pé nas mãos e me surpreendo em como ela é pequena. Pressiono em um ponto próximo do tornozelo e ela se contorce.
— Está doendo aqui?
Ela balança a cabeça.
— Quem é você? — Pergunta.
— Diego Rivera. — Sento-me no chão do ringue e apoio o pezinho sobre minha coxa. É um movimento arriscado porque ainda estou excitado depois de vê-la quase haciendo el amor com o saco de areia.
— O que está fazendo aqui, Diego Rivera? — Ela tem um sotaque forte demais para ser americana. Provavelmente é membro da famiglia e Don Giordano vai me castrar só por me pegar sozinho com uma de suas mujeres. Não que eu pretenda tocar nela de qualquer forma imprópria, mas isso não importa. Minha fama me precede. — Você veio para o aniversário de Daniele?
Massageio o pé ferido enquanto mantenho os olhos nos dela — que são grandes, azuis e muito perspicazes. Acho que nunca vi uma criatura tão branca e delicada. Ela tem as feições de uma boneca, mas não sei se é frágil como parece.
— Eu vim para o aniversário. E você? Qual é o seu nome, chica?
— Elena. Elena Mancuso.
O nome dança em sua boca vermelha pelo esforço. Não consigo parar de olhar para ela. Alguma coisa em Elena me fascina e eu não sei dizer o quanto isso é problemático. Ela está fora do meu alcance de todas as formas que conheço.
— Você é da famiglia. — É uma constatação, não uma pergunta. Esse é o talvez o maior obstáculo para me aproximar de alguém como Elena: muito jovem, muito italiana, muito virgem. As mulheres da máfia são casadas ou virgens e, como não tem aliança na mão dela, resta a segunda opção. Ela confirma com um aceno de cabeça. — Pensei que as mulheres italianas não lutavam.
Elena franze as sobrancelhas outra vez e faz um bico com os lábios carnudos. Talvez eu esteja mesmo há muito tempo sem foder, porque estou achando que é erótico tudo que ela faz.
— Eu luto. Ao menos estou tentando aprender.
— Não deve ter sido nada grave, você só chutou forte demais — disparo, antes que meus pensamentos me levem para lugares onde não quero estar. — Um pouco de gelo fará a dor desaparecer.
A garota se levanta em um salto e logo está de pé diante de mim. Pisa com cuidado, mas mantém o corpo apoiado nas duas pernas.
— Grazie. — Ela pula do ringue e geme quando bate no chão. Teimosa.
— Você quer ajuda para voltar para… quer alguma ajuda?
— Não. — A menina se apoia na parede e fecha os olhos. Joga a cabeça para trás e respira profundamente. Por Dios, ela é sexy pra caralho. Será que sabe disso e faz para provocar ou está alheia ao poder que tem de arrancar a sanidade de um homem? — Você nunca me viu aqui.
— Por quê?
— Porque mulheres italianas não lutam. — Ela move os ombros. — Não quero que Don Giordano e os outros homens saibam que eu… que estou tentando não ser indefesa.
Gasto algum tempo olhando para suas bochechas rosadas pelo fluxo de sangue. Meu olhar desce por seu colo, pelo peito que arfa na respiração ainda ofegante, pela barriga exposta e para nas coxas grossas e marcadas por manchas roxas e avermelhadas. Parecem ter sido causadas por exercícios intensos, mas eu não teria como saber se fosse outra coisa.
Balanço a cabeça. Não tenho motivo para revelar o segredo de Elena. Eu nem a conheço. Não devo qualquer lealdade à famiglia e acho ridículo que eles tratem as mulheres como bibelôs que se quebrarão no primeiro toque.
— Eu não contarei nada a ninguém. — Afasto-me dela e dou alguns passos para trás, na direção da porta. Seja lá que tipo de interação esquisita é essa que estou tendo com a menina italiana, ela precisa acabar. Agora, antes que seja tarde demais. Para mim e para ela, porque já experimentei minha quota de amantes desafortunados desde que Maximiliano se apaixonou por Julieta. — Adiós, Elena.
— Arrivederci, Diego.
Disparo para fora do galpão e volto para a festa. Estou quase correndo quando passo pela varanda, pelas portas duplas e me refugio no salão barulhento na hora em que cantarão os parabéns. Estou assustado com o que acaba de acontecer — e Diego Rivera não se assusta com porra nenhuma. Meu coração está acelerado e temo que possam perceber que estivem em uma excursão quase ilícita pela propriedade do anfitrião.
Uma mão pesada despenca sobre meu ombro.
— Dieguito, que pasa?
A voz de Maximiliano é familiar e me acalma.
— Nada. Estou me sentindo um pouco claustrofóbico aqui dentro.
O jefe me observa com sobrancelhas franzidas e sei que ele não acredita no que estou dizendo. Não importa. Logo voltaremos para o México e Elena Mancuso ficará no passado — assim como todas as outras mulheres que conheci desde que nasci.