Boa noite, leitoras!
O sabadão já está quase acabando, mas a noite ainda é uma criança. Como prometi, vou deixar vocês com um super spoiler de Os Quatro Ases de Londres: o prólogo de O Duque de Copas.
Vocês estão preparadas? Pois então conheçam nossos próximos personagens!
Londres, 1867
Bons meninos vão para o Céu, mas os maus conquistam a Terra.
A frase latejava nas costas de Cassius Godwin enquanto ele embaralhava as cartas que seriam distribuídas para os outros três homens à mesa. A decisão de pintar a pele com tinta nada tinha a ver com a rebeldia comum nos jovens aristocratas cujo mundo estava aos seus pés. Ele queria se lembrar.
Lembrar-se de sua juventude em Eton e das vezes em que saiu do jantar sem a sobremesa, que apanhou escondido no dormitório e de todos os apelidos que fingiu ignorar. Lembrar-se de ter sido trancado em lugares escuros, de ser forçado a ingerir insetos, de ser arremessado de lugares perigosos e de nunca, nunca ter recebido ajuda. De ninguém.
Por fim, lembrar-se de quando, já na universidade, ele e os amigos decidiram que não seriam mais bons.
— Quantos nomes na lista? — Lucian Asher, o herdeiro do ducado de Lochbride, perguntou. Ele mantinha os olhos nas cartas, mas nunca as abria enquanto não recebia todas.
— Doze — Hugh Moreland, o Duque de Lanford, respondeu. — Por enquanto.
— Vocês querem mesmo levar isso adiante?
Lucian e Hugh olharam ao mesmo tempo para o quarto homem, Maximus Cadden. Cassius manteve-se concentrado na sua tarefa porque ele sempre soube que havia um elo fraco na corrente. Não o surpreendeu que o Duque de Greystone, o mais rico de seus amigos, fosse desistir pelo caminho. Maximus nunca fora um homem que se empenhasse por nada que exigisse mais do que seus criados pudessem cumprir.
— Você tem dúvidas, Max? — Hugh perguntou após espiar suas cartas.
— Se tem, saia enquanto é tempo. — Lucian bebericou um gole de seu uísque e encarou Cassius, esperando que ele também se manifestasse.
— Não são dúvidas. — Max moveu os ombros. — É que eu vou me casar em breve. Sou um duque, preciso de uma esposa, de herdeiros, tenho um assento no Parlamento… não sei em que momento poderei dedicar-me a uma vingança.
— Talvez no tempo que você dedica às prostitutas? — Hugh provocou.
— Já chega. — Cassius colocou o baralho sobre a mesa e serviu outra dose de uísque para todos. — Max, nosso plano não é simples e não pode se dar ao luxo de ter pontas soltas. Precisamos que decida e tem que ser agora. Você está conosco ou não?
Todos se entreolharam. A vingança era o que os mantinha unidos desde que entraram na universidade, em Oxford, e entenderam que eram homens ricos, fortes, poderosos e que não precisavam temer a ninguém. Ao contrário, eles deveriam ser temidos.
E isso significava que todos os que os fizeram sofrer iriam pagar. Eles derrubariam um a um, mesmo que isso custasse suas almas. Assumiriam os títulos que lhes eram destinados, aumentariam suas fortunas e se tornariam o maior pesadelo de todos os nomes que seriam inseridos na lista.
Maximus suspirou.
— Eu estou com vocês. — O duque bebeu seu uísque em um só gole. — Eu estou sempre com vocês.
— Muito bem, então agora eu posso lhes dar isso. — Lucian abriu seu casaco e retirou do bolso interno um embrulho pequeno com cheiro de anis.
— Um doce? — Hugh se esticou para olhar o objeto, que estava embalado em tecido cru.
— Você só pensa em comida, meu caro. — Lucian esticou os lábios em um de seus raros sorrisos. — Não é um doce, é um símbolo.
Ele colocou o pacote sobre a mesa e o abriu. Dentro, havia quatro cartas de baralho, feitas artesanalmente com papel grosso. Quatro ases. Cassius pegou a primeira para observá-la mais de perto.
— Peguem — Lucian disse. — Escolham as suas.
Max puxou o ás de paus e Hugh ficou com a próxima na pilha, o ás de ouros. Restou apenas o ás de espadas sobre a mesa.
— O que isso significa? — Cassius perguntou, cheirando a carta. O aroma delicioso de especiarias o fazia recordar de bons momentos vividos em Devonwood Hills, a propriedade ancestral da família Godwin em Hampshire. — Por que quatro ases?
— Vamos precisar de um codinome — Lucian pegou a última carta e colocou de volta em seu bolso. — Vocês acabaram de escolher os seus.
— Eu sou o ás de ouros? — Hugh franziu as sobrancelhas, ainda examinando sua carta.
— Não. — Cassius sorriu, compreendendo silenciosamente a intenção do amigo. — Nós seremos duques, meu caro Hugh. — Com um movimento firme, ele colocou sua carta sobre o tecido verde da mesa de jogos. — Não seremos?
— Sim, duques. — Foi Max quem respondeu.
— Então agora eu sou o Duque de Copas.
Meu esses quatro prometem muito! Ansiosa demais 😍
Perfeito!!! Promete, vai ser demais 🤩